segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Temporada de listas

Fim de ano é tempo de presentes, peru (prefiro chester), champagne e, claro, listas de melhores. Vou começar com a dos melhores shows que vi em 2010, um ano recheado de atrações no Brasil para quem gosta de rock. Se alguém estranhar a ausência de shows do SWU, a explicação é que estava longe na época e não pude ir. Vamos à lista:
1 - Stereophonics, Citibank Hall, São Paulo (sim, foi o melhor que vi em 2010! Não é difícil de justificar: foi uma coleção de hits de uma grande banda que nunca tinha estado por aqui);
2 - Dinosaur Jr., Comitê, São Paulo (junte uma banda histórica da cena alternativa, muito barulho e um lugar pequeno. Como não poderia ser um grande show?)
3 -  Pavement, Planeta Terra, São Paulo (o melhor do Planeta Terra. Não importa que os caras são desencanados demais. Uma banda com o estilo de som que o Pavemente faz é assim. E que ótimo!);
4 - Los Campesinos!, Wrongbar, Toronto (valeu como prêmio de consolação. Estes moleques galeses deram o sangue no palco para me fazer esquecer que perderia o SWU);
5 - Paul McCartney, Morumbi, São Paulo (sei que muitos vão me achar louco, mas um honroso quinto lugar está de bom tamanho. Os Beattles são a maior banda da história, reconheço, mas não para o meu gosto).
Até a próxima lista...

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

As origens sociais da raiva contra o Corinthians

Tenho muito orgulho de ser corintiano. As inúmeras demonstrações de raiva contra o Corinthians que tenho visto nos últimos dias, mais ou menos explícitas, só reafirmam a grandeza deste clube. Afinal, é preciso ser muito grande para estimular tantas reações apaixonadas, seja para o bem ou para o mal. O que não entendo é a intensidade da raiva de muitos. A explicação não é só a rivalidade ou a grandeza corintiana. A raiva contra o Corinthians une torcidas rivais pelo Brasil afora. Desconfio que isso tem a ver com a origem social de grande parte dos corintianos. Assim como defender a militarização de favelas para combater o crime, é bem aceito socialmente destilar raiva e preconceito contra os corintianos. E não me venham dizer que não tenho bom humor. O tom de brincadeira termina onde começa o de preconceito. No campo esportivo, a temporada do Corinthians terminou de forma frustrante, por causa do terceiro lugar e da necessidade de disputar a Pré-Libertadores. O que não significa que não tenha sido uma boa temporada. O corintiano precisa se acostumar com a regularidade, nem oito nem oitenta. É só com uma seqüência de temporadas como a de 2010 que o Corinthians vai, cedo ou tarde, ser campeão da Libertadores. E tenho dito!

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

WikiLeaks: mais uma lição norte-americana ao mundo!

Acabo de ler na coluna do Clóvis Rossi na Folha.com (http://www1.folha.uol.com.br/colunas/clovisrossi/841305-os-papeis-do-site-wikileaks.shtml) a reprodução de um artigo do Moisés Naím sobre os últimos documentos vazados pelo WikiLeaks. O autor é um acadêmico venezuelano que está há muitos anos nos Estados Unidos e já pensa com mentalidade de norte-americano, como mostra o que escreveu. É incrível como os norte-americanos tendem a analisar tudo de forma egoísta e com uma ótica que só leva em conta as visões de mundo próprias ao país. Vejamos o seguinte trecho, em que Naím reitera a posição de um outro analista, este originalmente norte-americano, citando-a entre aspas: "El villano que claramente emerge de los cables no es Washington; son los líderes de otros países, que eluden tomar decisiones difíciles y se refugian en la hipocresía, la cobardía y las mentiras que les dicen a sus pueblos". Quer dizer que os Estados Unidos estão isentos de culpa pelos problemas mundiais? O erro é dos outros, que não fazem o que os Estados Unidos querem? Ah, por favor, né! E, para piorar, o Rossi não contestou esse trecho. É claro que diplomatas de todos os países tentam extrair o máximo de informações nos locais onde servem para enviar a seus superiores. O problema no caso dos documentos norte-americanos vazados são as posições que aparecem em alguns deles. Os Estados Unidos fazem seu papel ao tentar impor sua visão aos outros países, mas não venham com o discurso, como Naím e outros fazem para que a diplomacia norte-americana saia bem do episódio dos vazamentos, de que isso é o melhor para todos.

De quantos caracteres você precisa?

É óbvio que tudo que se escreve em muitas linhas pode ser escrito em poucas. Mas é curioso que numa era de abundância a preocupação seja economizar as palavras. Há tantas coisas mais importantes para economizar. Por que não economizar cada detalhe banal de nossas vidas contado nas redes sociais e juntar detalhes mais interessantes num único post? Por que não economizar reflexões desconexas ou frases tiradas da literatura de auto-ajuda e tentar escrever algo mais articulado? Por que não deixar de contar os caracteres e perder a conta das ideias? Ah, já me cansei disso...